sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Indo ou vindo


Sara Sara
Vamos (indo)
Licença, coqueiro
Licença, palmeira
Licença, pinheiro
Licença, pedreira
Licença, pedreiro
Licença, terreira
Licença, terreiro
Sara Sara
Vamos (vindo)
Não fumo
Não bebo
Não cheiro
Não vendo
Vamos que vamos
Vamos indo



Juliano Paz Dornelles
Poeta Autor da Obra "Versos em linhas tortas"

terça-feira, 13 de setembro de 2022

A facão

Rapadura

Palhaçada

Capeta
Não é limonada
Caipira é de limão
Antes dançou o xaxado
Agora dança o facão

138


Tele amigos
Trinta e oitos
Não fiquem afoitos
Este bando agora é meu
Tem nos cinco continentes
Vários calibres diferentes
Tudo adicto em recuperação
Uns não bebem há vários anos
Uns não cheiram há mais de década
Outros se chapam o dia inteiro
Ou fumam antes da reunião

Meu nome


Coloquei meu nome na macumba
No destrato levei um tunda
Correndo fugi pela sombra
Deste lado ninguém lembra
Se era dia de Sol
Procurado amigo secreto
Ao revelar seja discreto
Porque não foi eu não
Na minha lista
Só tem meu nome
Primeiro eu
Segundo eu
Terceiro eu
Se quiser me dar mais força
Escreva meu nome no papel
Fale de mim em algum lugar
Ou finja que não leu

Barqueiro


Rompe Mato
E o Numismata
Bebendo mate
Nesta nação
A moeda ao barqueiro
Não era apenas uma moeda
Pois valia a embarcação
Eram mitos
Eram deuses
Em outra encarnação
Oh Anjo da vida
Contratado Metatrom
Azrael
Memitim
Ouça este som
Olha a mesa
Olha a faca
Pá virada
E o canhão
Eram mitos
Eram deuses
Em outra encarnação

O Comprador (música)

 


Exu-comprado 

Dos Exu-vendidos

E estou fora de negociação


No início era a não-venda

Encomendado não disse não


Martelo na cabeça

Martelo na mesa

Martelada na mão


Se sou espada ou sou o que?


Noves fora zero

Gato Xadrez em ação


Muitos tentaram vender

Como cavalo ou cão


Comprei-me guerreiro inteiro

Cobrando o valor dos irmãos


Porque...


Exu-comprado 

Dos Exu-vendidos

E estou fora de negociação


Mãos ao alto

Isto é um assalto


Cruzou a esquina

A moeda em circulação


Que mais

Que mais

Que mais


Que bom

Que bom

Que bom


Exu-comprado 

Dos Exu-vendidos

E estou fora de negociação

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Poesia


 

Sabe o quê?
Pergunte ao ET!

Merlin, Artur...
o dragão e Escalibur?

Dom, Rossinante, 
Sancho ou Dulcinéia? 

Cadê meu irmão? 

Tem caganeira 
ou diarréia?

Nem tudo é cólera poética
Retórica ou dialética 

Boca do Inferno saiu da clínica
Não pense que tudo é arma química

Mãos ao alto? 
Batata frita? 
1, 2, 3? 

Boom?

Uma ova!
Ou alguém tem três ovos?

Azul? Amarelo? 
Vermelho também?

Olha o trem!

1, 2, feijão com arroz!
3, 4, feijão no prato!

Ok! Paz!

Macunaíma ursou o Sistema!

Merece um prêmio
O milênio

Juliano Paz Dornelles
Médium dos poetas zombeteiros

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Louvadeus


Oh velhas desgarradas
O pastoreio as aguarda
Nesta história, o pescador

Ainda são gurias,
Novas tordilhas
A recitar o condor 

Pombas que vêm ouvir
Ao Santo Pai,
O louvor

Tupã seja louvado
Com paz, luz
& amor

Poeteiro



Oh chimarrão que salvou o dia
Oh alquimia
Dos partidos
Ou pedaços

Enquanto estou inteiro
Americano brasileiro
Gaúcho
Guasco 

Salvo guardo o cinzeiro
Pelo velho bom churrasco

domingo, 28 de junho de 2020

Destrato Feito


Oh Baraque
Fiz o que me pediste

Usando moedas
Perante quem nos assiste

Encomendei direto à Cam
A enterrar aquele clã
Que descumpre contrato

Oh bigurrilhos
Ao mero destrato

Aguardo a encomenda
A fiel prenda

Que adotará este Mestre

Além das guerras
Das cabras da peste

Venha aprender a magia
Distinta das religiões

Somos pura alquimia
Ouvimos canções

Ponto Final



Pelos Santos do sincretismo
Que defendem o altruísmo

Os Livros Sagrados
Pelas quais trago ao meu lado

O aviso ou recado
Você que cobiça algo meu
Mantenha distância
Por toda a ganância
Sei exatamente o que quero

Você que inveja algo meu
Mantenha-se longe

Do próprio desterro
Dos seus decapitados berros

Deixe de ser cão
Engula os sete nãos
Dos mandamentos

Pois quem avisa
Amigo é

Consulte teus guias de fé
Enquanto afio o ferro

A terra está demarcada
Além das encruzilhadas
As suas cabeças cortadas

Mijei nos rios
Reguei as árvores

A erva espalhada
Nas manhãs
Ou tardes

Até que chegasse este dia
Noite escura ou fria
Altiva alquimia

Consumado
Oh desalmados
Concorrentes

Saiam da frente
Sejam prudentes
Sigam seus rumos

Enquanto
Quebro as correntes

Acerto o prumo
Pois sou fiel às Escrituras

Mantenho distância
Das alheias suas

Em prol
Deste ponto
Final

Macumba



Chuta que é macumba
Pois nem cala a boca
Nem guarda a bunda

Perdeu o controle
Pulou galho em galho

Queria ser quenga
Nem viu no baralho

Quantos ximangos
Quantos maragatos
Quantos gremistas
Quantos colorados

Foram descontados
Dos quais a alugavam
Dos quais a agenciavam

Uns dos outros
Uns sem os outros

Quantos despachos
Quantas devoluções
Quantos bandidos
Quantas rescisões

Nem queira saber
O que a gente vê

Nem penso em beber
Frente à TV

Fecha a conta, 
Garçom

Porque nos servistes
Aprenda a ser bom

Quanto à quenga
Que não soube ser bruxa

Falando na bucha
Seja livre, disse o Mago
Ainda estou sem você

Quanto à prioridade
Ou exclusividade
Ainda posso escolher

Seja livre, disse o Mago
Ser minha não é pra quem quer

Em nome de pater, filis et espirit santi
Enquanto teu bando jaz
Descanse em paz